sábado, 22 de dezembro de 2012

50 ANOS SE PASSARAM... MAS AINDA ME LEMBRO BEM DE TUDO... SE PUDESSE VOLTAR AO PASSADO... SERIA MARAVILHOSO...

A primeira namorada... foi a Suely... a filha do meu padrinho de crisma... era o mecânico de meu pai... que tinha uma menina linda de 4 a 5 anos... e ela tinha um velocípede que sempre eu queria... e nunca pude ter... daí um dia passei na casa dela o dia todo... pois o meu pai me deixou lá... ficamos amigos... e ela me emprestou o seu velocípede e seu pai brincava comigo... seu namorado Suely ... se apaixonou pelo seu brinquedo favorito..


Mas aquele menina cresceu e foi embora da cidade para uma cidade grande e eu nunca mais a vi... muito menos o velocípede...

Fui para o primeiro ano escolar e como costume a professora a Dona Maria Luiza... que Deus a tenha... pois foi a minha primeira paixão estudantil... e sei que todos nos alunos nos apaixonamos pelas nossas professoras ... que substituem a nossa mãe e nos ensinam a escrever... a fazer as continhas que eu já sabia... pois a escola japonesa os números eram iguais somente a escrita era diferente...

Assim Maria Luiza era uma linda loira magra de um sorriso angelical... e mãe de uma menina e me lembro o dia em que fui ao hospital me despedir dela... pois estava com tuberculose que na época matava...

Foi a minha primeira paixão platônica e impossível de entender porque a gente morre... mas a gente aprende a perder as coisas que ama... e assim me apeguei a professora substituta da Maria Luiza... a Leda... uma morena de olhos verdes... mas filha do Sargento Lima que era uma figura notória na cidade... e era uma pessoa enérgica que eu queria ser... ficava ali na esquina da escola para nos orientar a cumprir a faixa de segurança...

Um dia fiquei com ciúmes pois vi a minha professora dar um abraço apertado e um beijo... naquele sargento... mas eu não sabia que era o pai dela...

Somente um dia que fui fazer uma aula de recuperação em português em sua casa... pois era ótimo aluno em matemática mas por falar bem o japonês era sofrível em português... e daí a aula de recuperação e ao entrar na casa dela encontrei aquele senhor de calção deitado no sofá...

- Já conheces o meu pai, não conhece?

- Oh... é o menino japonês apaixonado pela minha filha?

- Olha garoto.. sou um pai enérgico... como você já sabe... vai ter que casar... viu?

Não falei nada.. só fiquei preocupado... de como ele sabia que eu era apaixonado pela professora... mas quem não foi apaixonado pela sua professora...

Nunca mais tive a chance de rever a Leda... soube que ela casou com um militar... o que é normal para filha de um militar... o amor pela farda ... é normal...

Acredito que vocês já tiveram as suas lembranças neste momento de suas professoras... e de seus professores primários..

Também das lindas professoras de francês e inglês... no curso ginasial...

Tem um fato inusitado do Gilberto no curso de Frances... da Maria Luiza... que era nossa professora de francês, mas que adorava uma mini saia que excitava os mais velhos..

- Gilberto quer fazer o favor de colocar essa banana de seu bolso aqui na mesa...

- Mas... mas...

- Não tem mas ... nem meio mas... coloca já a sua banana aqui na mesa...

Gilberto saiu correndo da sala e envergonhado pois estava excitado pelas lindas pernas de nossa professora de francês...

Assim passamos pelos nossos momentos lúdicos... e talvez a Mercedes ainda se lembra que eu colhia no primário todas as amoras maiores só para ela... pois era apaixonado por aquela menina de lindos cabelos longos e loiros... mas a professora me obrigava sentar ao lado da Laura que era a sua irmã...

Sei que a Mercedes foi infeliz no primeiro casamento, que teve com um motorista de ônibus... e teve dois filhos... e nunca mais soube de nada dela... mas sei que continuava bela... e mexia com todos os homens da cidade... pois cidade pequena todos se conhecem...

Mais tarde... cresci... e fui estudar fora... vim para capital do estado de S. Paulo... para estudar e me tornar engenheiro...

Mas não me esqueço da Elza que conheci numa dessas viagens a minha cidade natal... e o carro quebrou... era um Mercury 49... e fundiu o motor... como o Norcia que era o meu padrinho e mecânico ... fiquei na cidade na casa dos meus tios a espera do carro para que assim que terminasse o conserto pudesse voltar a capital...

Assim que o carro ficou pronto eu não poderia levar pois só tinha 14 anos... apesar de dirigir inclusive os caminhões do meu tio... na fazenda como é normal.. basta saber que não exigem carteira de motorista...

Fui embora sem me despedir da namoradinha de alguns dias... isto me marcou muito e por muito tempo... a gente se comunicava por telefone ou por carta... e foi o tempo que aprendi a passar para o papel o meu sentimento de perda... dizem que os poetas transformam as perdas de suas lagrimas em pedras preciosas... e acredito que sim... pois não há nenhuma poesia que não seja linda e sensitiva... se conhecem a Irene preta... Irene linda... que Deus a tenha... foi uma homenagem de Manoel Bandeira a sua ama de leite... que morreu jovem... e ele gravou como homenagem .. e a canetas Parker 51... fizeram uma linda homenagem em sua publicidade...

Assim fui me apegando as coisas e as pessoas... no ginásio tive a Neusa Maria Schimidt... que tinha sido a miss simpatia da cidade e foi disputar em Presidente Prudente para ser a representante da nossa cidade... mas não ganhou... mas era uma das mulheres mais lindas da minha escola... me apeguei... e quantas imagens desenhei... alias eu desenho também.. pois é algo que gosto de fazer... e ela deve ter até hoje um Pinocchio... correndo do Gato... e me sinto como se fosse ele com medo da vida... mas o quadro acabei dando de presente em um espelho para a Neusa... e um daí soube por minha tia... que ela também tinha um apreço enorme por mim... mas por me calar e nunca dizer o quanto a amava sozinho e calado que perdi a chance de ser feliz na minha infância.. para a puberdade... e ela foi a minha confidente por anos a fio... e eu dela... sabíamos tudo um do outro... mas nunca nos envolvemos como apaixonados... que éramos um pelo outro e não sabíamos...



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