sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

DESTINO URUCU... FIM DO MUNDO ... PASSANDO POR MANAUS... E MANAUARAS....

1996- Urucu


Manaus, 40 graus na sombra… chego pelo aeroporto desta cidade mais linda deste Norte que ainda desconheço... mas ao tomar um taxi...

- Cavalheiro ... aonde vamos?

- Por favor ao escritório da Techint , bem no centro da Cidade de Manaus... só tenho uma referência é do lado ou próximo ao escritório da Receita Federal, o Sr pode me levar até lá?

- Prá já cavalheiro, posso saber o seu nome, o meu é Antonio!

- Prazer Sr. Antonio... o meu é Ivo, muito prazer...

Seguimos falando de amenidades e do tempo para variar... papo de motorista de taxi.. contando como Manaus se comporta num tempo desses com calor de 40 graus, coisa normal por aqui nessa fase de verão...

- Chegamos , Sr. Ivo.... são R$ 52,00 a corrida...

Pago a corrida peço o recibo, e as minhas malas e adentro ao escritório da empresa Techint.

- Prazer, sou Ivo Ogata, o engenheiro da Qualidade , me avisaram para me apresentar nesta base!

- Já estávamos a sua espera, desculpe de não mandarmos ninguém para buscá-lo no aeroporto, mas prometo que não falharemos de novo, Monica as suas ordens.

Bela morena, pensei eu... mas como nos trabalhadores do trecho... temos uma máxima... onde se ganha o pão... não se come a carne...

- O Sr. chegou bem na hora do almoço, estas com fome, se quiser poderemos ir almoçar primeiro e depois tomaremos as providências de encaminhá-lo ao hotel onde iremos hospedá-lo por estes dias, pois teremos de efetuar os exames médicos e as vacinas de febre amarela e contra demais endemias regionais!

Vamos todos almoçar no outro lado da praça e vamos juntos trocando idéias de como somos atendidos na cidade, como é comum para todos que vêem a cidade a passeio ou a trabalho.

- Já assistiu algum programa sobre Parintins e a festa do Boi , Sr. Ivo?

- Não me chame de Sr. que me sinto muito velho... pode ser Ivo, Srta. Mônica ...

Chegamos ao restaurante, e vejo a comida sortida com todos os quitutes da região...

- Vou de salada, mas o sr. fique a vontade pois a gente aqui come quanto quiser que o preço é o mesmo.

- Não se preocupe... que vou de salada também.. com esse calor demasiado quente... não tem jeito para comer comida pesada!!!

Passamos a tarde preenchendo documentos, pois estava sendo transferido da matriz de S. Paulo, onde atuava para atuar em Urucu, na base da Petrobras, dentro da floresta amazônica...



Apliquei todas as injeções para as endemias comuns na região, e fui para o hotel descansar...

Liguei para os familiares dando os telefones do escritório da empresa e do hotel para contato...

Falei com a minha esposa ao telefone, e com a minha filha Chris, que tinha na época 10 anos de idade.

- Oi pai, tem piscina ai no hotel?

- Tem sim ... filha tem piscina aqui no hotel no ultimo andar do prédio de 7 andares, você vai adorar...

- Quando a gente vai passear ai, pai?

- Ainda não sei filha... mas te aviso quando a empresa autorizar vocês virem passar uma quinzena por aqui, pois o papai vai ter direito de viajar a cada mês, e passar 7 dias em casa... mas estou achando que vou ficar por aqui bastante tempo sem poder viajar...

Assim foi a minha vida nesta região distante de tudo da civilização, mas como tinha um grande amigo que tinha sido o meu colega de trabalho na PHILIPS BRASILEIRA em Ribeirão Pires, em S. Paulo, e que moravam aqui em Manaus....

Peguei o guia telefônico, e procurei pelo nome do meu Xará ... Ivo Coronim...

- Cadê... vamos ver... se tem o nome dele, na lista telefônica!

Procuro, mas não acho o endereço telefônico, mas acho um Coronim e ligo para confirmar se conhece o Sr. Ivo Coronim....

- Alo, quem fala, estou a procura do Sr. Ivo Coronim?

- Alo, aqui é a mulher dele, mas quem fala?

- Sou eu o Ivo Ogata, que trabalhei com ele lá em Ribeirão Pires...

- Mas o Sr. não soube que o meu marido morreu já fazem 6 anos, pois é me lembro do Sr. e ele falava muito no Sr e a gente se lembra sim... do japonês que tinha medo da Loba, nossa cachorra policial La de casa em Ribeirão Pires... é o Sr?

- Sim , sou eu e estou aqui para trabalhar na Techint em Urucu, e como não conheço ninguém achei que vocês podem me ajudar a me situar aqui na região...

- Esta bem, vou contatar o meu filho para que ele passe ai para pega-lo e o Sr. vir passar um fim de semana conosco antes de ires para Urucu...

- Sabia que o Claudio agora já é advogado, e se o Sr. precisar de qualquer coisa por aqui pode contar com ele.... afinal ele vai adorar revê-lo... mas acho que vais estranhar pois puxou mais a mim do que ao pai... e bem mais alto que o pai...

Passaram se alguns dias, e comecei a conhecer a região... almoçando e jantando em bares e em locais não muito comuns... afinal todos querem te ajudar a se acostumar numa cidade diferente e em local tão distante...

Assim depois de quase 24 anos.... pois trabalhei com o Ivo Coronim... na Philips em 1972 e fiquei na empresa até 1975 quando fui promovido e fui embora para a Sorocaba , casando com a Teresa e aos poucos me separei desses bons amigos e somente contatava por cartas e ele até havia me convidado vir trabalhar em Manaus, pois tinha uma filial da empresa Philips, onde ele veio inicialmente, depois foi para uma empresa de armações de óculos feitos de polietileno que era a área em que atuávamos na empresa, e eu tinha conhecimento sobre o assunto...



Mas acabei não aceitando tal convite, mas com o tempo paramos de nos comunicar por carta e simplesmente perdemos contato...

Assim fui convidado a ir passar um fim de semana na casa linda deles, onde ela uma viúva que cuidava de seus afazeres, nunca mais casou e nem tinha ninguém a não ser os dois filhos que se formaram e a filha que morava ali com ela, pois os filhos já tinham se casado e estavam morando na região, mas nem passavam pois alem do trabalho estavam sempre ocupados...



Fui trabalhar em Urucu, e quando voltava a base em Manaus, sempre tinha a companhia da Mônica e muitas vezes da Ana Cristina que veio secretariar o Ariel que veio da Techint Argentina...

Trabalhei por 3 meses a fio sem descanso e nem visitas a família que haviam prometido, apenas quando tinha algo para fazer na empresa na sede em S. Paulo, aproveitava e vinha até a casa para voltar em seguida...



Assim combinei com a filha e com a esposa, para que passassem uns dias por Manaus por conta da empresa...

Foram dias de prazer e piscina para a Chris que adorou amorenar o corpo com o Sol de Manaus e conhecer a cidade... o museu... e o burburinho do porto com a comporta que sobe e desce de acordo com a sazonabilidade de nível do rio Solimões que após encontrar com o rio Negro passa a ser chamado de Amazonas...

Mas devido o pouco tempo de folga para mim ficar em Manaus, a esposa e a filha foram passar as férias de fim de ano em Salvador, pois ficar no hotel sozinhas não ia ter graça...

Voltei a Manaus algumas vezes, mas sempre a trabalho, e sempre indo repousar no Hotel Mônaco, onde já tinha hospedado por várias vezes... era um hotel de 3 estrelas que a empresa nos hospedava...

Quando a esposa e filha estiveram na região fomos até a cidade de Presidente Figueiredo , que ficava do outro lado do Rio Solimões e fomos curtir as praias regionais, com a Irene e sua filha Simone que tinha a mesma idade da minha filha Chris...

Fomos passear e curtir a beleza da região, e ao ver a Irene ainda com o corpo de uma mulher sensual naturalmente me excitou demais, mas como diz no bom ditado de amigos... mulher de amigo meu ... é homem....

Passamos um fim de semana maravilhoso, hospedamos na choupana e dormimos todos juntos sem malicia ou vergonha...

No dia seguinte aproveitamos e curtimos a beleza do local e voltamos a tardinha de domingo... todos com um bronzeado, menos a minha esposa que preferiu ficar sob a guarda da choupana de sapé com a Irene, e ficaram boas amigas e trocaram idéias de que valia a pena morar em Manaus apesar do calor e com os filhos já formados e ela só tinha que preocupar a felicidade da filha que perdeu o pai muito cedo... e era muito apegada a ele, e por isso ela não se envolveu com ninguém mais durante a sua viuvez que já faziam 6 anos...

Mas fiquei interessado por aquela bela mulher e foram algumas investidas, mas ela conhecendo a minha esposa e com respeito a ela a gente nunca passou dos limites... de apenas curtir uma amizade de amigos verdadeiros e eu passei a respeitar a tal viuvez... apesar de achar que aquele pedaço de mulher não poderia ficar sem companhia e a incentivei para arranjar um namorado .. afinal se não eu ... alguém solteiro ou descasado para que ela fosse feliz... pois um dia a filha casa e vai embora... e disse a ela que a solidão sozinha sem ninguém... ninguém merece!!!!

Passei 7 meses nessa loucura de trabalhar na floresta amazônica... e até tinha um interesse por alguém especial que trabalhava comigo lá na obra, que era a esposa de um amigo que era nosso planejamento, e sentia que ele não dava o valor merecido a sua mulher Silvia que era um pedaço de mulher sedenta por sexo... e acho que nosso amigo já estava meio enjoado... pois ela era fogosa demais...

Usava um vestido transparente para chamar a atenção dos peões que muitas vezes ficava imaginando o quanto ele tinha a sorte de ter uma fogosa daquelas... e não cuidava...

Ela atiçava a mim quando trabalhávamos juntos no escritório a noite e ficava tocando com as suas pernas por baixo da mesa... nas minhas pernas... e num faz de conta... subia pela perna e chegava no meu falo já teso... e ficava com os seus pés me atiçando... e depois ia embora dormir... com seu marido...

Assim que voltei soube que ela foi a única que não se engravidou e nem se relacionou com ninguém da equipe... mas as demais voltaram grávidas e não sabiam quem era o pai dos filhos que carregavam no ventre...

Manaus ficou para trás... e ainda hoje, ao relembrar sinto falta da Irene... e me lembro do corpo lindo contra o sol... com um vestido transparente... da Monica que era a minha secretaria na base de Manaus e me ajudava em tudo... e brincava comigo... pois era bem casada... e tinha 2 filhas...

Mesmo assim a visitei para conhecer seus pais e avos... que moravam com ela... mas como o seu casamento não estava bem... ela mesma estava saindo do casamento e procurando alguém... para se relacionar... e apresentei o meu amigo Lourival que na época se empolgou por ela e quase acabou com o seu casamento... pois segundo ele se apaixonou pela morena jambo que eu disse uma vez... se não fosse eu casado... e se ela não trabalhasse na empresa... por certo talvez teria acontecido uma relação...

Agora ao ver nas minhas memórias ainda é cedo para dizer o que eu poderia fazer... com ela ou com a Ana Cristina... pois ambas eram lindas e maravilhosas... mas foram amigas e amigas se tornaram e aprendi a respeitar a nossa amizade e sei que temos em comum uma história de vida que iremos guardar de boas lembranças que eu guardo e talvez nunca mais possa rever todos de novo... mas sei que a Irene hoje com seus 70 anos deve estar feliz com os meus conselhos... e acredito que a Simone se formou médica ou advogada como era o seu sonho ... e os filhos do meu amigo e xará devem estar atuando como fiscais de renda a que se candidataram e por serem inteligentes passaram...



A vida nos prega peças e eu acredito que se a Irene fosse mais fogosa e eu mais atiçado ... talvez teria acontecido algo mais... mas será que seriamos ainda amigos ou eternos desconhecidos... guardo dela a melhor lembrança do corpo esguio e olhar solene... sempre séria com um sorriso de leve nos lábios ao ver sua filha brincando com a minha filha....



Bons tempos que a gente lembra... e eu acredito que estes momentos me fazem bem... e me trazem uma saudade de duas pessoas especiais... a Monica que acho que hoje com as suas filhas que devem estar mocinhas e já namorando e ela continua a mesma linda mulher morena...



A Ana Cristina, a minha querida amiga sempre feliz e maravilhosa.. que se mantém fiel a sua mãe... e vive curtindo com a cara dos seus amigos e sempre fieis namoradinhos... pois ela ainda tem o jeito de menina... e que admiro e prezo e ao deixar estes relatos... guardo a melhor imagem de seu sorriso franco... e sempre otimista e uma mulher fenomenal que me traz saudades da região Norte que neste Brasil... ainda não conheci ninguém tão incrível e tão livre como tu Ana Cristina...



Manaus que me aguarde... pois quem sabe um dia volto só para matar as saudades... dos meus amigos e dizer que amo vocês todos como se fossem os meus únicos amigos...



Amar é ter vocês aqui neste meu espaço intimo e de meus pensamentos que ficaram no tempo e no espaço e me fazem muito bem... como lembranças que guardo dos meus bons tempos de trabalho no trecho... peão de trecho não leva nada... só deixa saudades!!!!







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