TRES BARRAS... CANOINHAS... SC... LINDO DEMAIS....

Três Barras e Canoinhas, julho de 1998

Faz tempo... mas me lembro muito bem... o dia que me convocaram para fazer o teste para ser um dos inspetores da empresa... e só eu passei no teste para Inspetor de solda e inspetor de LP....

E assim acabei indo trabalhar como Coordenador, Inspetor na base da Rigesa, em Três Barras em SC...

Quando lá cheguei não conhecia uma viva alma... apenas os amigos de trabalho... e acabei tentando fazer amigos... entrando numa escola de aulas de inglês.... afinal é a maneira mais fácil de se enturmar na cidade onde você não conhece ninguém... assim nós no trecho fazemos muitas amizades...

Enfim também outro método é conhecer a vida noturna da cidade... sim as amigas... as primas... ou aquelas que dizem ter uma vida fácil muito difícil... mas são elas as amigas... que aprendem a nos guiar pelos nossos momentos de solidão... intermediando as noites que são apenas momentos de simples diversão e que se tornam momentos de alegria fugaz... mas são as pessoas que nos entendem... pois somos sempre amigos dos nossos amigos... e elas se tornam nossas amigas... pois nosso ambiente nem sempre são tão fáceis de conseguir amigos verdadeiros...



Acredite se quiser... nossas festas se tornaram uma constante... e nosso alojamento se tornou um ponto de encontro dos amigos e das amigas dessa cidade chamada Canoinhas... tão próxima de Três Barras separada por um riozinho que nem tem no mapa... pois só surge na época de chuvas e inunda todo o bairro...



Ali nos conhecemos as nossas belas amigas que se tornaram as nossas confidentes... Marisa dona do bar da estrada... a Nega... a dona do bar da rua da lama... quando chovia não tinha quem conseguisse passar por ali... sem que sujasse seus sapatos... ou seus carros com a lama que era uma prova impar que estivemos todos nós na rua da lama... brincadeiras a parte sempre estivemos no barzinho dela para tomar uma cerveja gelada... proibida para menores...



Ali aprendi que não se fala mal dos outros... pois os outros pode ser você... exatamente... Marisa não se dava com a Nega por minha causa... modéstia a parte... disputado pelas duas acabei ficando com uma amiga delas... que nada tinha a ver com elas... pois essa era vendedora de produtos... roupas intimas para elas e acabei conhecendo ela nas festas noturnas... e acabei também me sentindo responsável pela sua vida e me tornei parceiro inseparável.. que todos nos davam títulos de o casal perfeito... carne e unha e ela sempre fora alguém livre de qualquer suspeita...

Sua filha Viviane... era uma menina de 12 anos que sentia a falta do pai que se separou de sua mãe quando ela era bem pequena e criada pela mãe tinha receios que alguém poderia ser um pai postiço mas ao mesmo tempo não teria por ela a preocupação e a atenção que ela merecia...



Assim aos poucos fui conhecendo ela ... e me tornei alguém muito especial em sua vida... e me tornei um amigo de mais tarde mesmo a distancia me tornar aquele que se preocupa se ela esta bem... e se vai bem nos estudos...



Hoje acredito que tudo mudou... eles venderam a casinha e se mudaram para um bairro mais tranqüilo e assim acabou a sua convivência com as mulheres de vida fácil... difícil... mas que acredito com o tempo esta tentando viver com alguém que ela merece... e torço para que isto aconteça... pois nem que a vida me torne apenas uma lembrança em sua vida... Janete... esse é o seu nome... de registro... de guerra... ela nunca me disse... mas creio que tenha... pois todas durante a sua vida... nunca usa seu nome próprio... afinal precisa ter a sua privacidade assegurada...



Amigos... aprendi a respeitar todas elas... pois são elas as nossas amigas de horas mais tristes em que nos sentimos os únicos seres não aceitos no ambiente comum das cidades por onde passamos e deixamos saudades...



Ali ainda tem as lembranças daquele Del Rey... que um dia se tornou passaporte das meninas que adoravam passar a tarde em nosso alojamento que ficava bem em cima de uma casa funerária... e onde o dono da casa se enforcou na cozinha da mesma casa...

Rondava histórias incríveis que a porta rangia e todos achavam que era a alma penada do morto que batia a noite naquela casa... e ninguém queria morar naquela casa... e nós corajosos do trecho alugamos e fomos morar em 3 marmanjos...cada um no seu quarto... o Luiz Melo... que Deus o tenha foi morar na suíte.. afinal ele era o chefe de todos nós... e o churrasqueiro oficial mor... e todos os fins de semana o nosso churrasco estava garantido... e eu seu escudeiro era responsável de pegar as mulheres pela cidade...



O carro chegou um dia com 9 mulheres... uma no colo da outra... e todas para a festa... animada.. que ninguém se lembrava do morto enforcado... e acho que até ele ficava feliz em fazer a casa mais alegre do bairro...

Aquele era o nosso refugio de horas tristes e alegres... sem ninguém para nos ajudar a passar as nossas horas... acabamos procurando amigas que nos entendiam como ninguém...

Dila acabou sendo a parceira de todas as horas do nosso chefe... que cuidava dela melhor do que cuidava do churrasco... e quando descobrimos sem querer que ela era a diva... das suas horas livres...

Assim cada um foi se arrumando que ninguém deixou de ter a sua amiga para poder se sentir menos triste e menos solitário...

Alguns acabaram se casando por lá... alguns se tornaram maridos exemplares... e até hoje continuam bons maridos... entre outros que como eu esqueceram de que elas eram importantes, pois já tínhamos nossos amores e retornamos aos nossos lares para esquecer tais aventuras...

Mas se quiserem saber onde fica tais cidades maravilhosas... são mais 4 horas após passarem por Curitiba descendo em direção ao sul... passando pela BR 101... ou pela BR 116... tanto faz... ambas passam por Curitiba e se separam de novo... em direção ao sul... a 101 vai em direção a Itajaí e Floripa... e a 116 segue em direção a Lages... se fores curtir de moto... tem um encontro anual por lá... em data sempre próxima a dia de S. Cristovão... padroeiro dos motociclistas, caminhoneiros e outros afins...



Nesta data de 25 de Julho ou nas proximidades , pois nem todos os anos cai num fim de semana... todos se reúnem... para comemorar a data... são mais de 10000 pessoas para comemorar... com shows de duplas caipiras... Vitor e Leo estavam por lá nessa época... pois estavam começando a cantar...



Amigos e confidentes... aprendam a viver no trecho pois neste trecho ninguém é de ninguém e nem que seja dono... pode parecer mentira... acaba concordando com o peão... sábio que todas merecem... uma... algumas merecem duas... mas nenhuma merece... três... que o peão se apaixona... e casa...



A nossa passagem por Canoinhas deixa muita saudade... e alguns que lá ficaram... foram felizes e continuam pelo Brasil a trabalho mas voltam aos seus lares... que se consolidaram... e suas mulheres que talvez em reconhecimento a sua fidelidade hoje são senhoras respeitáveis da cidade... e que não mais circulam a noite... mas tem historias que aqui conto... para que quando se lembrarem sejam dignas de que fomos amigos verdadeiros... sem par... sem memória... pois nos esquecemos os nomes... esquecemos o que aconteceu.. para o bem de cada um de nós...



Para que um dia alguém possa escrever ou filmar a nossa historia... tem gente que se lembra bem... as nossas viagens para as cidades mais próximas de forma que onde ninguém era conhecido e nos tornávamos pessoas dignas.. casais.. que íamos almoçar ou jantar... e fomos e quantas e quantas não foram as vezes que pagamos as contas e ninguém desconfiou que fossemos trecheiros passando pela região como pessoas ... mas famílias com seus respectivos casais e filhos...



Não me esqueço o dia que fui levar a ex noiva do Ariel... para um jantar na estrada vicinal... e paramos e apreciamos uma carne maravilhosa e na volta paramos no motel êxtase.... e de repente no melhor da noite... o telefone toca avisando que tinha alguém a procura de uma morena e um japonês... que possivelmente poderia estar naquele motel....



Para evitar uma surpresa... o dono do motel... preferiu permitir que o cavalheiro entrasse para procurar o meu veículo, mas assim que ele entrasse a minha procura... ele indicaria a direção errada e ele ficaria nos procurando e eu sairia normalmente pela saída do motel...



Assim se fez... e enquanto ele me procurava dentro do motel... o meu Del Rey azul.. Ghia... estava eu já saindo pela portaria... e nem paguei a conta... pois já era freguês assíduo o motel com outras companhias...



Aquela noite ficou na historia dos nossos amigos... como andar comigo é contrato de risco... e assim comecei a andar sempre bem acompanhado por amigos... e sendo seguido pelo Sr. Ariel... que era o ex noivo da menina... e ela ainda mais tarde soube que se casou com o corno manso... como dizemos na linguagem dos peões...

Mas nunca mais soube se ela o traiu com outro.. mas acredito que o homem traído jamais confiará em sua mulher... mas quem ama perdoa... ou mata... esse perdoou.. fácil.. fácil....



Um dia quando estava com a Marisa curtindo a dois... ouço um barulho estranho ao lado do carro... e vejo labaredas pela janela da casa...

Os vizinhos correm em direção a casa... retiro o carro do lado do prédio e paro mais distante... e entro pulando o muro.. pois dizem que existe criança dentro da casa... vou até os fundos da casa onde o fogo ainda não chegou...

Dou um pontapé na porta da cozinha e abro e vejo que o quarto já esta em chamas... e o bujão da cozinha já esta quase envolto em chamas... e bem provável que exploda em seguida... saio correndo do local... pois não encontrei ninguém... e nem quero ser um herói morto... de nada vai adiantar tentar ser herói... mas descubro mais tarde que nosso morador da casa deixou aceso uma vela que incendiou a casa toda... e ele estava no bar tomando todas... e havia deixado a criança naquele sábado na casa da avó...

Chegaram os bombeiros... mas nada sobrou e nem nada para contar o que aconteceu... pois o bujão acabou com as provas... ao explodir... e eu já estava foral do local... e com um paletó rasgado....como presente de tudo isso... e a Marisa frustrada... pois aquela noite só nos beijamos e nada mais aconteceu com tanta gente por ali...

Mas acredito que foi a Marisa que contou ao Ariel que eu estava com sua noiva no motel... pois ele seguiu todos os meus passos ... inclusive passou pela sorveteria... pelo restaurante... e depois chegou ao motel êxtase... por raciocínio...

Enfim a nossa vida naquela cidade... poucos podem esquecer... pois alguns que se casaram e se mantém ligados a cidade... tem seus amigos até hoje... e eu passo meus momentos de lazer nos meus contatos por e-mails com algumas pessoas que marcaram a minha vida... e são até hoje minhas amigas e minhas confidentes... que na época eram meninas... e hoje são senhoras bem respeitáveis...

Encontrei a dona do hotel da cidade uma grande amiga que conheci em Itajaí... quando estava construindo a base da Petrobras... quando ela foi vitima de tentativa de estupro... e fui eu que a levei toda machucada pois ela saltou se roupas... no asfalto... e se ralou toda... a protegi com uma capa de chuva... dessas amarelas de obra e a levei ao hospital da cidade e a acompanhei no seu tratamento... durante semanas... e depois de quase 5 anos passados ao me hospedar no hotel de Três Barras.. quem eu acho por lá como dona do Hotel... ela mesma a minha amiga que a ajudei naquela manhã de domingo...



Dizem que o mundo é redondo e as pedras se encontram... é uma grande verdade... e sou prova disso... nessa minha vida de trecho... essa é umas das provas de que a vida passa... mas as nossas aventuras se cruzam... e como o destino nos ensina a viver como bons amigos e confidentes ....



Passei por lugares que lembram demais as duas cidades... tais como Vitoria e Serra... ou Vila Velha e Cariacica todas as duas no Espírito Santo...



Mas alguns momentos são impar em nossas vidas em comum... e sei que todos vocês estão curiosos pelas historias verdadeiras que aqui relato... e prova disso que todos existem... e seus nomes que prefiro em alguns casos evitar de contar... pois eles podem se sentir melindrados... pois são felizes em seus relacionamentos... ou infelizes e preferem o anonimato... e quem sou eu que possa interferir em sua vida normal...



Acredito que algumas dessas lindas mulheres que aqui relato.. guardam de cada um de nós que ali passou muitas saudades e muitas alegrias de vida em comum.. se tem filhos dessa relação tem provas de que o que aqui relato acabaram formando famílias ou lares que são verdadeiros lares com muito amor e compreensão... pois nem todas preferem continuar a viver como damas da noite... e se tornam pessoas de bem... que se tornam responsáveis... e irão viver no anonimato desta nossa vida em comum...



Alguns desses nossos amigos já se foram para uma melhor... ainda outro dia estava eu com nosso amigo Paulo ... rolha de poço... que vocês vão lembrar sempre... pela sua alegria impar de estar sempre feliz... e assim ele se foi ... contando suas piadas e consigo mesmo... eu me lembro em setembro do ano passado meses antes dele se despedir desse amigo que aqui relata... a nossa vida em comum... a sua esposa que sabe de muitas coisas... pois sempre fomos amigos e nunca mentimos... muitas vezes preferimos não comentar para não magoar... mas ela sempre foi parceira dos bons e maus momentos....



Paulo e Luiz Mello já se foram ... mas deixam muitas saudades dos nossos amigos no trecho... pois ninguém substitui ninguém.. muito menos um trecheiro safado como nos...



Alegria dos momentos que juntos passamos ... o Paulão ria da cara do José Adeilton... na segunda feira todo roxo... devido a madeira do bolo que a mulher dele deu em sua cara... pois no dia de seu aniversario circulamos por todos os bordeis de Três Barras e Canoinhas... para bebemorar o seu aniversário e o Pinduca que sabia da festa que a mulher do José Adeilton iria fazer a noite de surpresa... não soubemos... e as 21 horas eu desisti de continuar a bebemorar... e fui embora para o meu alojamento... mas eles continuaram... e eles chegaram somente a 1 hora da manhã.. .bebados... e alegres... e a mulher do Adeilton a espera... dele para desejar um feliz aniversario... e sobrou bolo e madeira de apoio do bolo na cara do nosso amigo... que ficou dias e dias com mancha roxa em sua cara... .e na careca... reluzente um corte... da madeira... mas ele não se arrependeu das bebedeiras gratuitas pelos bordeis naquela data... pois comemoramos seu aniversário de forma diferente... como se faz no trecho...

Essa foi uma das nossas loucuras pelo local... onde alguns vão deixar marcas de que foram inesquecíveis...



Eu nem gostava do dupla sertaneja... Rio Negro e Solimões... mas ao ganhar um CD do meu amigo Chiquinho... que era nosso colega do Departamento pessoal que gostava demais de uma aguardente... e foi se embora tão cedo com uma cirrose hepática... e eu acabei conhecendo a dupla sertaneja pessoalmente em shows pelo Brasil e acabei sendo fá dos dois... e aprendi que amigos no trecho são verdadeiros amigos... para os nossos momentos alegres ou tristes...



Chico que Deus te guarde e no paraíso você continue o boa praça que eras aqui na terra... tendo somente amigos... curtindo demais as noites e indo buscar as nossas amigas... todo bêbado e feliz... e a gente confiava no seu taco de que irias e voltavas com todas elas ... pois tu não aceitavas um não como resposta...



Acabamos a nossa estada na região... e a ultima churrascada.. ficou na historia da cidade... pois para seis participantes da casa... tínhamos nada mais nada menos de 22 mulheres... daí sobrou tantas mulheres para cada um que era um haren... e daí ninguém comeu ninguém... apenas churrasco... para todo mundo ficar feliz... e ir embora de barriga cheia... mas ninguém vai poder dizer que a vida foi ruim durante os 10 meses que por ali ficamos e vivemos todos como uma família feliz onde cada um deixou suas raízes... alguns ficaram para sempre por lá...



Outros passam por ali para matar suas saudades... e alguns como eu mantém algum relacionamento com os amigos que ali ficaram e contam que poucos como nós deixaram tantas saudades...



Chegam noticias de que ninguém mais fez tantas festas como nós por ali... e nem fez tantas mulheres se sentir donas da cidade... e nem mesmo elas puderam nunca mais darem festas nos seus bares em que poucos se lembram quantas cervejas eram consumidas por fim de semana... que nunca sobrou nada para outros... que o próprio delegado quis proibir que as casas funcionassem, mas nos fechávamos os bares as 5 horas da tarde e o movimento com as portas fechadas varava a noite... e somente pela manhã cada um pegava o seu carro e ia para casa... dormir o dia todo e voltar a noite de novo... para curtir o momento de novas aventuras ... que um dia quem sabe se puder conto mais alguns detalhes proibidos que só posso contar aos amigos... entre 4 paredes...



Bons momentos a gente guarda... e não conta.. afinal nem tudo é segredo... mas tem alguns que comprometem os casais que ali se formaram... e outros que ali se findaram... e eu sei também que eu fui apenas testemunha ocular de tudo isso... a minha memória... é uma vaga lembrança... naturalmente que o pulo do gato... o trecheiro nunca conta... senão!!!!!! O bicho morre pela boca!!!!